O barulho das máquinas de costura mais parece uma orquestra bem afinada a ressoar notas de uma música harmoniosa com textura sonora única. A regente é Maria Edneide Gomes Barbosa, de 65 anos, e a batuta utilizada para comandar a filarmônica é a linha e a agulha. Uma combinação tão perfeita que dá a um som mecânico a suavidade de uma melodia realizadora de sonhos.

Mas, saiamos um pouco do plano subjetivo para compreender melhor essa história que envolve a arte sublime dos sons. Nayde, como é carinhosamente chamada a regente… – opa, a empreendedora pessoense – é dona de uma pequena empresa de costura. Ela confecciona uniformes e fardamentos.

Nayde sonha em aumentar o zumbido rítmico e constante feito pelas suas máquinas, ou seja, ampliar o negócio para dar oportunidade a mais pessoas que, assim como ela, querem ver suas vidas serem transformadas através da oportunidade de emprego.

“Meu Deus! Meu maior sonho é comprar mais máquinas e dar mais emprego para as pessoas que me procuram”, suspira Nayde como quem ouve uma música romântica sentindo saudade de um grande amor que espera chegar.

O sonho, ela nutre com muita racionalidade e pé no chão. Nayde sabe que não pode tomar decisões que coloquem em risco a saúde financeira de sua pequena empresa e, é por isso, que a microempreendedora individual é sempre cautelosa. Para não errar, a costureira busca orientação em um lugar de confiança, com profissionais preparados para orientar o melhor: a Sala do Empreendedor de João Pessoa.

“Eu vim procurar [a Sala do Empreendedor] pela necessidade de melhorar o meu trabalho e oferecer trabalho para outras pessoas que precisam. Sempre me procuram atrás de emprego e eu não tenho como ajudar!”, comentou.

E ela garante que recebe sempre o melhor nesses momentos. “Acho muito importante essas consultorias, porque se você não tem, a tendência é não crescer”.

Porta de entrada para começar o próprio negócio – A música que alimenta os ouvidos de Nayde está apenas no plano dos sonhos de Pablo Alexandre de Holanda, de 31 anos. Ele ainda não tem seu próprio negócio para orquestrar, mas depois de receber a consultoria na Sala do Empreendedor já consegue ouvir alguns acordes sendo tocados. Pablo sonha em ingressar no mercado de fast food.

“Estou querendo empreender na parte de alimentação. Meu sonho é montar uma empresa pra mim, quem sabe uma franquia, com um ambiente moderno, atraente e aconchegante para que os frequentadores se sintam bem, sintam prazer em comer ali”, falou entusiasmado.

Claro, assim como Nayde, Pablo é inteligente e sabe que precisa acertar o tom das notas para não desafinar. E a orientação nesse caso é buscar uma boa consultoria antes de tomar qualquer atitude. Afinal, para empreender é preciso ter capital, e dinheiro é algo precioso que não pode ser investido de forma equivocada. Sabendo disso, o jovem sonhador também buscou ajuda na Sala do Empreendedor.

“Eu tenho um projeto na minha mente, como seria esse empreendimento e busquei a Sala do Empreendedor justamente para tentar viabilizar, colocar em prática esse sonho, porque eu estava com muitas dúvidas em relação a como deveria começar e essa consultoria me ajudou bastante, principalmente o consultor que me atendeu me ajudou a despertar como deveria começar. As orientações me ajudaram muito, agora vai dar certo”, comemorou Pablo.

Apoio para sonhar mais alto – Selecionar os músicos, escolher o repertório, encontrar um local para ensaios e concertos, definir a estrutura de gestão e, por fim, ter um bom líder/regente. Tudo isso faz parte da boa organização de uma orquestra. Para montar um negócio e vê-lo dar certo é mais ou menos assim que funciona. É necessário calcular cada passo.

É aí que entram os instrumentos da Sala do Empreendedor, uma iniciativa da Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedest), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), dentro do conjunto de ações do programa ‘Eu Posso Crescer’.

A Sala do Empreendedor tem como objetivo incentivar a legalização de negócios informais que se enquadrem nos requisitos estabelecidos pela Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, além de facilitar a abertura de novas empresas, regularizar as atividades informais e oferecer serviços aos Microempreendedores Individuais (MEI), tudo de forma gratuita.

O diretor da Sala do Empreendedor de João Pessoa, Matheus Gomes, sabe da importância do serviço prestado aos empreendedores, pois a equipe está lidando não apenas com negócios, mas com sonhos. “A gente tem muito esse olhar, esse cuidado de ter empatia. São pessoas que estão subsidiando sua família, sua casa com aquela empresa. É preciso ter esse olhar empático”, evidencia.

Matheus Gomes acrescenta que o todo cuidado é necessário para ajudar o microempreendedor a acertar na hora de montar ou ampliar o próprio negócio. “Fazemos um trabalho antes dele abrir o próprio negócio, até para ver se é viável a empresa dele, para não abrir e de repente fechar com poucos meses, não cair na estatística. A gente tem uma consultoria antecipada, mostrando se realmente a ideia dele é viável ou não”, esclarece.

Sala do Empreendedor em números – João Pessoa conta com duas unidades da Sala do Empreendedor: uma no bairro de Mangabeira e outra no Centro da Capital. Cerca de 2.250 pessoas são atendidas nos espaços, por mês. Em 2024, foram 27 mil microempreendedores individuais recebidos pelos profissionais que atendem no ambiente de negócios. Com este número, João Pessoa ficou em primeiro lugar geral no ranking de atendimentos entre as cidades do Brasil, de acordo com dados do Sebrae. Florianópolis (SC) e Chapecó (SC) ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente.

Sebrae, o parceiro certo – A expertise do Sebrae faz toda a diferença nesse conjunto bem orquestrado para impedir que os microempreendedores individuais vejam seus negócios destoarem do que foi projetado nos sonhos. A instituição cuida de toda a capacitação da equipe que atende quem busca os serviços, e também da formação dos próprios empreendedores.

Alexandro Teixeira de Sousa, analista do Sebrae, é quem detalha essa parceria. “A gente oferece consultorias, instrutorias, linhas de financiamento. A Prefeitura tem sua própria linha de financiamento por meio do programa ‘Eu Posso’, mas buscamos também parceiros para esses créditos. Temos o trabalho da parte da gestão, de como melhorar, como vender melhor, como usar as redes sociais para que possa otimizar cada vez mais as suas vendas. A gente vem com uma série de capacitações e consultorias para proporcionar essa integração entre os próprios empreendedores para fazer conexões e aprimorar o próprio negócio”, pontuou.

É um verdadeiro trabalho de fada madrinha, para realizar sonhos. “Muita gente chega com sonhos, querendo montar o próprio negócio, e a gente faz todo esse trabalho da gestão, do planejamento, para que aquele sonho não se torne um pesadelo. Nós fazemos todo esse trabalho, com todos esses serviços gratuitos”, informou Alex.

Se você está na lista dos sonhadores, ouvindo os acordes da música que te impulsionam a ser dono do seu próprio negócio, agora já sabe, dá para encontrar o ritmo certo para começar ou ampliar o empreendimento tão desejado.

É como diria Augusto Cury: “Ser um empreendedor é executar os sonhos, mesmo que haja riscos”.

Segue aí a dica do caminho que você pode percorrer para dar os passos certos.

Serviço – Encontre a Sala do Empreendedor mais perto de você. As unidades funcionam das 9h às 13h.

Unidade 1 – Av. Diogo Velho, 150, Varadouro

Unidade 2 – Centro Cultural Tenente Lucena – Av. Josefa Taveira, 860, Mangabeira