Em 2024, as relações diplomáticas entre Brasil e China completam 50 anos, marcando meio século de cooperação entre os dois países. Em 1974, Brasil e China tiveram uma corrente de comércio de 19,4 milhões de dólares. De nossos portos, saíram especialmente algodão, açúcar e farelo de soja. A China enviou produtos químicos e farmacêuticos. Era o início de uma relação comercial que se tornou extremamente frutífera entre os países.

Hoje, os números e a importância da China para a economia nacional são patentes: Em 2023, exportamos 104,3 bilhões de dólares e importamos 53,1 bilhões de dólares para o gigante asiático. Ou seja, em 50 anos, a corrente comercial entre os países cresceu mais de 5.300 vezes. O saldo comercial do ano passado foi de 51 bilhões de dólares, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) — mais da metade do saldo total do Brasil.

Desde 2009, inclusive, a China se tornou o maior parceiro comercial do Brasil. Os chineses também figuram como uma das principais origens de investimentos estrangeiros em território nacional, financiando projetos em infraestrutura, energia e tecnologia. A importância dessa parceria vem transcendendo os números econômicos e avançando para o fortalecimento de laços culturais e diplomáticos. Um exemplo recente foi a visita de representantes da cidade chinesa de Bengbu, localizada na província de Anhui, a Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, na última semana. Conhecida por seu destaque industrial, Bengbu consolidou-se no século XX como um polo da construção civil, da indústria têxtil, da fabricação de vidro, além dos setores bioquímico e eletrônico.

Para o secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, Ademar Silva Junior, o momento é de oportunidade. “Campo Grande está a aberta para fazer relações comerciais com a China, e porque não com a cidade de Bengbu. Campo Grande possui uma localização estratégica e estamos com uma grande oportunidade, a Rota Bioceânica, um trajeto que vai encurtar significativamente a distância entre os países asiáticos e esse grande centro consumidor que é a América do Sul”, salientou.

Para a presidente da Associação de Amizade Estrangeira de Bengbu, Zhang Xiao Jing, o momento era de celebrar e agradecer a possibilidade de estreitar o intercâmbio entre as duas cidades. “Muito obrigada por nos receber aqui e podermos reforçar as possibilidades de colaboração em áreas estratégicas e a troca de experiências no desenvolvimento urbano e tecnológico”, disse.

A aproximação entre Brasil e China encontra um catalisador na Rota Bioceânica, projeto que visa integrar os oceanos Atlântico e Pacífico, por meio de um corredor logístico que conecta Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. A ponte sobre o Rio Paraguai, um dos últimos marcos necessários para a concretização do projeto, atualmente com 62% das obras concluídas e prazo de entrega para março de 2026, promete revolucionar o transporte de mercadorias para o mercado asiático.

“O Corredor Bioceânico torna Campo Grande um hub logístico que irá escoar os produtos e insumos do agronegócio, via pacífico, para a China e resto da Ásia, além de centro distribuidor de tecnologia e produtos industrializados para o Brasil e parte significativa da América do Sul”, concluiu o gerente de Fomento ao Comércio Exterior da Sidagro, Paulo César Fialho.

A China, inclusive, é o principal parceiro comercial para proteína animal do Brasil, além de ser líder como destino das exportações brasileiras de carnes bovina, suína e de frango. Em 2023, o país asiático importou 2,2 milhões de toneladas de carnes do Brasil, ultrapassando mais de US$ 8,2 bilhões. Mato Grosso do Sul possui 4 milhões de cabeças de gado certificadas para abate.

#PraTodosVerem FotoCapa mostra as equipes da Sidagro e da Associação de Amizade Estrangeira de Bengbu na sede do Parktec CG